quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Novas Experiências Educacionais

Atualização constante, reciclagem de conhecimentos, experiências educacionais em sintonia com as mudanças mundiais, são pré-requisitos para uma segura atuação docente.
A educação básica tem se preocupado cada vez mais com a educação integral. Na educação infantil, fase da formação do caráter, o ambiente escolar é focado na educação. Garantem-se todos os direitos da criança, especialmente o de brincar. Brincando, ela vai aprendendo regras, noções de ordem, espaço. Torna-se mais independente, sabe escolher e é mais sociável.
Escolas há que vêm adotando novas propostas educacionais. Nelas só se ouve, praticamente, a voz dos alunos. Entendem que o professor não precisa levantar o tom de voz para falar a uma criança. Ela compreende o que se quer dizer quando se fala olhando diretamente nos olhos. Nessas escolas, apesar de bem pequenas, as crianças não andam em filas, não sentam em carteiras enfileiradas e não são obrigadas a desenvolver nenhuma atividade que não queiram. Primam pela individualidade e independência. Contudo, observa-se que as crianças respondem prontamente aos chamados, o que, geralmente, são convites para atividades agradáveis, programadas.
Os estímulos para a aprendizagem estão por toda a parte, desde as pinturas no chão, até as cestas de lixo. A criança vai adquirindo visão das coisas, de modo mais saudável, mais ordeira. Elas se encarregam de transmitir à família, aos pais, conceitos adquiridos na escola, como, por exemplo, costumam chamar atenção quando alguém joga papel na rua ou quando alguém fala palavrão. A criança é um grande veículo de educação na comunidade.
As escolas trabalham muito integradas com os pais. A pintura dos desenhos do chão é, por exemplo, mudada periodicamente e os pais oferecem-se para fazer retoques, assim como participam diretamente de outras atividades.
Ultimamente, vem-se notando que os pais estão ficando cada vez mais dependentes da escola. Eles delegam à escola parte da responsabilidade que são deles e o reflexo dessa transferência é o aumento da procura pelo ensino em período integral. O que parece é que eles dão excesso de liberdade aos filhos, necessitando, depois, de freios externos. Outros não sabem como lidar com certos problemas, como o das drogas e necessitam da ajuda da escola.
É preciso que os pais se conscientizem de que a escola tem um papel complementar na educação de seus filhos, embora faça parte de seu papel discutir sexo, drogas, cidadania, valores morais, respeito ao meio ambiente...
Uma pesquisa realizada pelo Sistema Anglo de Ensino, no fim de agosto de 2003, com pais de alunos matriculados em escolas de educação infantil, até em cursinhos do País todo, revela que os pais querem uma escola disciplinadora, que discuta todo tipo de assunto com seus filhos, em especial as drogas. O estudo foi realizado com 16 mil famílias de classes  A e B que têm filhos em escolas particulares e mostram essa dependência dos pais às escolas, fato que os educadores e psicólogos já haviam constatado na prática.
Quando questionados, em três itens principais, sobre o que os levariam a mudar o filho da escola, a resposta, em ordem decrescente, foi: a) problemas com drogas (68,9%), b) o aumento das mensalidades (43,8%) e c) o pouco rigor na disciplina (32,4%). Sobre as características mais importantes que os levariam a escolher uma escola, os pais colocaram, em primeiro lugar, o bom ensino e os bons professores (74,1% das respostas), em segundo, um “método moderno” (50,4%) e, em seguida, a mensalidade adequada ao orçamento (35%). Segundo o Sieesp, a mensalidade média, na rede particular em São Paulo, gira em torno de R$ 500,00.
Os pais ao serem consultados sobre o que esperam da escola com relação às drogas, deram as seguintes respostas: 71,6%, orientação e campanhas de combate ao uso; 64,5%, fazer parcerias para programas de prevenção; 27,9%, repelir duramente e 3,4%, não deve tratar do assunto.
Uma outra  séria questão diz respeito à orientação de prevenção, para crianças de 4 a 6 anos, à aids e a doenças sexualmente transmissíveis. Até pouco tempo, discutia-se a viabilidade de tal precocidade, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS)  já aplica este novo modelo no Canadá, na Holanda, na Dinamarca e em Cuba, como medida de proteção à saúde, desde a educação infantil.
No Brasil, há uma proposta nesse sentido, quando, pela primeira vez, ela está sendo discutida pelos Ministérios da Saúde e da Educação, com o objetivo de criar uma política nacional de promoção à saúde nas escolas, que iria da educação infantil ao ensino médio. Entende-se que prevenção envolve o desenvolvimento, desde a infância, de competências para a vida, o que a OMS chama de life skills, como assertividade, auto-estima, capacidade de negociação, relações de gênero. Entende-se que prevenção a DSTs, aids e uso abusivo de álcool e outras drogas não pode se limitar à adolescência e deve ir além da abordagem específica desses assuntos.
As crianças que interiorizam esses conceitos desde cedo têm, segundo os especialistas, mais chances de chegar à adolescência menos vulneráveis. Para a consultora do Ministério da Saúde, Marina M. Valadão, “só se deve falar diretamente em camisinha, droga e aids para crianças de 4 anos se elas perguntarem. E elas perguntam e muito; estão sendo bombardeadas com mensagens erotizadas na TV e nos outdoors”. Como os pais não falam com facilidade de drogas e sexualidade, sobra para a escola abordar esses assuntos.
Para transmitir essas orientações, o Ministério da Saúde deverá fornecer aos professores, em 2004, que lecionam desde a educação infantil, amplo material de apoio, onde “aparecem sugestões de atividades específicas para estimular nos alunos formas de pensar que, no futuro, poderão se traduzir em prevenção”. O Ministério da Saúde vem buscando integrar-se ao MEC, para ilustrar conjuntamente os professores.

(Capítulo do Livro Prática Pedagógica, escrito por Izabel Sadalla Grispino)


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