O sonho povoa a mente infantil. Imaginando, a criança vai criando, desenvolvendo habilidades de inventar, pensar, raciocinar.
Uma característica revelada pela infância é o hábito de colecionar. Coleciona estampas, cartinhas, bijuterias, brincos, anéis, pulseiras de mão, de pernas, bonecas, garrafinhas... As meninas colecionam tudo que dá para colocar enfeites: lacinho, ursinho, florzinha, adesivos... Os meninos preferem colecionar chaveiros, carrinhos e super-heróis. Coleção é atração tanto para meninos como para meninas. A diferença está na representação que cada um coloca no objeto colecionado. Para as meninas predominam o terno, o meigo, o doce, tons mais claros. Para os meninos, cores fortes, movimento, lutas, armas potentes, como canhões e mísseis.
Pedagogos orientam que essa atividade de colecionar é saudável à criança desde que se ponham limites, que não deixem a criança extrapolar.
A criança precisa ter tempo para brincar. Por isso, incluir brincadeiras entre a escola, as aulas de judô, de inglês ou outras, é saudável. Há escolas que reconhecem oficialmente o gosto da criança por coleções e organizam, uma vez por semana, para que as crianças levem suas coleções.
Em casa, o canto reservado para brincar vira, em geral, uma bagunça. Os pais devem ordenar para que, depois de brincar, a criança ponha tudo em ordem. Colecionar objetos é uma atividade que atrai muito a criança. Enquanto a coleção não se completa, ela fica ansiosa, agitada, por isso o adulto deve distraí-la, propiciando outras formas de brincadeiras. A criança não deve brincar com uma coisa só. Deve alternar com brinquedos educativos, livros, fitas, fantasias para vestir... Deve interessar-se não só por objetos, mas por correr, pular, jogar, nadar...
As brincadeiras ajudam a criança a se desenvolver. Ao colecionar objetos, as crianças os trocam não por seu conteúdo, mas pelo prazer da troca, do contato, tornam-se observadoras do desenho, da figurinha, da apresentação. Sentem prazer em mostrar a coleção, comparar e trocar. A coleção é o meio para a criança entrar em contato com o outro. É quando ela desenvolve a fala, fase fundamental para a comunicação, porque da fala sai a escrita. No brincar, a criança fala e usa representação para conversar e uma criança que não fala tem dificuldade de escrever. Quando ela explica o desenho, o brinquedo, como brincar, vai desenvolver também o raciocínio.
Psicólogos e pedagogos dizem que a coleção, a troca, são formas de comunicação, uma comunicação na brincadeira. A criança deve viver seu período infantil com liberdade. Na descontração, no lazer, ela vai se estruturando e se preparando para o futuro. Ao chegar no ensino fundamental, a criança começa a ter agenda cheia e passa a ser menos livre.
Ampliando a abordagem do comportamento infantil, uma séria preocupação dos pais e dos educadores é a permanência prolongada da criança frente à TV, quando ela desenvolve um outro tipo de comunicação, a comunicação solitária. Essa criança pertence à geração digital, nascida sob a febre da tecnologia e do consumo.
Uma pesquisa divulgada em outubro de 2003, pela Fundação Kaiser para Família, uma instituição filantrópica, independente, com rede na Califórnia (EUA), realizada com 1.065 pais, com filhos de até 6 anos, nos Estados Unidos, alerta para um problema que vem crescendo: a mídia dentro do quarto. Cerca de 30% das crianças possuem TV no quarto, uma em cada 4 (27%) tem vídeo, uma em cada 10 possui videogame e 7% têm computador. Controlar a criança no seu quarto fica mais difícil para os pais e a pesquisa conclui que essas crianças assistem à TV 22 minutos a mais que as outras e lêem menos cerca de 6 minutos, diários.
Cecília von Feülitzen, coordenadora científica da Unesco para estudos sobre as crianças e a violência na tela, diz que “crianças acostumadas ao entretenimento solitário crescerão jovens e adultos mais solitários”, mas não descarta a existência de qualidades em alguns aspectos. A criança desenvolve a observação, o raciocínio, é mais antenada com os problemas da atualidade, mas, necessário se faz orientá-la, analisar com ela programas, introduzindo-a, aos poucos, na análise crítica das programações e, especialmente, dosar sua permanência frente à TV.
(Capítulo do Livro Prática Pedagógica, escrito por Izabel Sadalla Grispino)
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