Brincar é uma forma atraente de envolver a criança na aprendizagem. A brincadeira é a grande oportunidade que ela tem de se desenvolver bem. Não se deve encará-la como um ato fútil, sem importância.
Desde longa data, as brincadeiras, os jogos, são tidos como atividades lúdicas enriquecedoras do lazer. Porém, mais recentemente, elas adquiriram um novo conceito, um sentido mais aperfeiçoado para a educação infantil, revelando sua alta contribuição para o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional da criança.
A brinquedoteca é um lugar privilegiado das creches e das pré-escolas, essencial para as atividades pedagógicas compatíveis com a idade das crianças. A brincadeira traz oportunidades inesgotáveis ao desenvolvimento infantil. A psicopedagogia descobriu uma gama enorme de possibilidades educacionais através dela. O adulto deve estimular as crianças a, simplesmente, envolver-se em brincadeiras, sejam elas livres ou dirigidas, facilitar seu engajamento em atividades lúdicas.
A brincadeira favorece o processo de ensino-aprendizagem, ajuda a desenvolver a auto-estima, a capacidade de se expressar, de criar, de socializar, de pensar. Aguça a curiosidade infantil, impulsiona à investigação do método científico. Através da brincadeira, a criança manifesta sentimentos, relaciona-se com o mundo exterior, apropria-se, aos poucos, de sua realidade, estabelecendo, com o meio, interações sociais. Nessas interações vai aprendendo a comportar-se socialmente, a perceber, na convivência, a existência de normas, valores, direitos e deveres a serem cumpridos.
A criança tem necessidade de repetições. De acordo com Jean Piaget, o lazer orientado ajuda a criança a desenvolver hábitos, a compreender regras, a ampliar a capacidade de entender simbolismos, o significado do mundo. Por meio das atividades lúdicas a criança adquire hábitos que podem se perpetuar por toda a vida.
Os momentos de lazer são, também, de cumplicidade, de encontro de afinidades, de formação de amizades. O brincar entre si passa a noção do papel social que cada um exerce no grupo, das diferenças de atitudes, de reações de cada um. As brincadeiras vão formando o ser social, aquele que irá conviver com o outro, viver em sociedade, tendo que respeitar regras e limites. Já na pouca idade, dos dois ou três anos, brincando, a criança começa a perceber o outro, suas diferenças, permitindo-lhe construir sua identidade pessoal e social.
Através de jogos, de cartas, de dominó e outros, a criança aprende a lidar com as frustrações, a ceder, a negociar, a discutir, a solucionar problemas. A realidade vai se descortinando e ensinando a entender o mundo em que vive. Em determinados jogos, o faz-de-conta, por exemplo, ela assume diferentes papéis e diferentes representações: de mãe, de filha, de pai, de filho, de bailarino(a), pianista, notando um mundo de diferentes pessoas, com diferentes papéis. Percebe que uma mesma pessoa pode representar vários papéis sociais e vai desenvolver as várias habilidades correspondentes. É por meio dessas atividades que a criança aprende normas e valores. Muitos jogos estimulam a cooperação, como, por exemplo, a gangorra.
O importante é permitir às crianças manifestarem-se. Umas querem ler ou ouvir contos de fadas, outras, folhear o atlas, indagar sobre lugares diferentes, saber onde as pessoas moram e assim adquirir idéia de nação, de povos, cada um com seus costumes, seus trajes típicos, suas religiões, a língua que falam.
A escola deve estimular as crianças a partilharem com a classe suas experiências, a trazerem assuntos para a aula. A partir de fatos interessantes que elas observam ou vivenciam, o professor inclui, nas aulas, discussões sobre os temas. A classe se torna um espaço gerador de conhecimentos e funciona de acordo com as dúvidas trazidas pelas crianças. É uma forma de adquirir conhecimento partindo do interesse da criança e ministrado de forma lúdica.
A criança é orientada a visitar, fora do horário escolar, em férias, ou em fins-de-semana, espaços culturais, bibliotecas, parques infantis, circos, museus, espetáculos de teatro, de música, exposições de arte, pintura, flores, animais etc. e levar à escola suas apreciações e sugestões. A escola trabalha com o objetivo de aproximar o ambiente cultural ao universo infantil, de descobrir programas interessantes, prazerosos, para entreter as crianças; de criar atrações capazes de estimular e encantá-las intelectualmente. O lazer se torna uma atividade orientada, com objetivos determinados.
A criança precisa sentir que pode contar com o adulto no encaminhamento da brincadeira. Deve ser estimulada a se distrair, a aprender, mas sem exagero, com limites. O que deve contar são o interesse e a disposição do momento; programar experiências que possibilitem o desenvolvimento de seu potencial, iniciativa e criatividade.
É fundamental respeitar o gosto da criança, dizem os psicólogos. Cada criança brinca de acordo com suas características pessoais.
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