segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Ferocidade Humana


Desiludida, fui procurar a lealdade,
Bati em sua porta, na casa ao lado,
Atendeu-me uma senhora de meia-idade,
Dizendo que carregava um pesado fardo.
 
A desonestidade é tão geral,
Que na lealdade ninguém acredita,
Tem-na como fraqueza mental,
Livro da alma ninguém reedita”.
 
Caminhei mais um pouco,
Deparei-me com o altruísmo,
Falava baixo, muito rouco,
De tanto clamar contra o egoísmo.
 
“Recebo solidariedade em migalhas,
O mundo da bondade suspeita,
Caridade é como o fogo de palha,
Muito barulho e pouca colheita”.
 
Virando a esquina, numa casa cor-de-rosa,
Encontrei-me com a fé,
Estava cabisbaixa, chorosa,
Trazia com ela Maria e José.
 
Os pais de Jesus estavam arcados,
Seu filho viera ao mundo ensinar amor,
Ensinar ao homem a se afastar do pecado,
A cultivar, em vez de espinho, a flor.
 
Disseram-me: “Jesus, por vocês, ainda chora,
Como sente infeliz a humanidade!
Repetidamente, ao Pai Ele implora,
Que se enxergue o amor e, com ele, a felicidade”.
 
Minha pesquisa deixou-me desolada,
É mais fácil encontrar entre os bichos
A sensibilidade humana perdida,
Os sentimentos mais puros que se jogam no lixo.
 
Irmãos, prendam-se em juramento,
Meditem essa sociedade sem prumo,
Jesus, com seu sábio ensinamento,
É a bússola para esse mundo sem rumo.

 
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