quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Quantas anda o Vestibular?


O vestibular tem sido questionado ao longo de sua existência. Já passou por várias modificações e, na presente data, a Fuvest – o maior vestibular do País – acaba com as questões divididas por disciplina. Quer medir os conhecimentos gerais do aluno.
O vestibular vem se aproximando do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),  uma prova nacional, gratuita, anual, interdisciplinar, realizada pelo Ministério da Educação, aos alunos do 3.º ano, em que cobra habilidades e competências e não conteúdo.
Além do fator psicológico que envolve o aluno, deixando-o ansioso, tendo que resolver seu futuro por uma única prova, o vestibular é focado no conhecimento acumulado, sem chances de avaliar as capacidades e o potencial do aluno. Ainda, pelo vestibular, o estudante tem que definir sua carreira, numa escolha, muitas vezes, feita sem convicção, pela inexperiência, pela falta de maturidade em virtude da pouca idade. O estudante abraça um caminho que posteriormente venha desistir.
Algumas universidades já oferecem alternativa ao vestibular. A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, foi a pioneira em aplicar um vestibular seriado, com avaliações feitas ao longo dos três anos do ensino médio. A própria Fuvest admite a possibilidade de criar vestibular seriado, onde o aluno escolheria entre as três avaliações feitas durante o ensino médio e o vestibular tradicional.
Recentemente, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) ponderou ser este ano de 2006 o último a realizar vestibular nos moldes habituais. Quer uma outra forma de seleção de seus alunos. O pensamento corrente é usar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mudanças na estrutura do curso de graduação estão sendo estudadas pela universidade, apresentadas em um novo projeto. Haverá a criação de um ciclo básico de três anos, igual para todos os alunos, independentemente de carreira pretendida. O aluno terá liberdade para escolher as disciplinas de todas as áreas, permitindo uma abertura maior entre elas.
Dessa maneira, o aluno não ficará limitado às suas áreas, desconhecendo as demais. Os cursos ficarão mais longos. Após o ciclo básico, o aluno escolherá o seu curso, que será de mais três anos. Contudo, será admitido ao curso pretendido o aluno que tiver acumulado uma boa nota ao longo do ciclo básico. Os alunos, que não obtiveram notas suficientes para começar os cursos específicos, terão um diploma de bacharelado pelos três anos cursados.
Esse modelo de universidade já havia sido proposto pelo grande educador Anísio Teixeira, para a Universidade de Brasília (UnB), que por razões políticas não fora aceito. Nos EUA e em países da Europa, o sistema é parecido. A Universidade Federal do ABC, em Santo André, recentemente inaugurada, aplica sistema semelhante.
Esse modelo de universidade ganhou os meios educacionais. Foi bem recebido, bastante discutido. O ponto central recai sobre o projeto pedagógico dos três anos do ciclo básico. Deve ser bem equilibrado, conectado com as diversas áreas, apresentar um currículo articulado, interligado, sendo, ao mesmo tempo, específico e generalista.
A escolha das disciplinas, sua dosagem, abrangência e especificidade, é tida como chave para o sucesso desse período de ciclo básico, encaminhando o aluno, com base e visão  suficiente, para uma acertada escolha da profissão.
Supervisora de ensino aposentada.  
(Publicado em outubro/2006)
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