quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Evocação à Normalista



“Linda normalista”, diz a canção,
Seu grande dia principia surgir,
Será mestra ainda flor em botão,
No reino infantil, você vai florir.

O futuro bate à sua porta,
Abra-a para o vasto horizonte,
Quando não der pra alterar densa rota,
Ajuste as velas, beba em sua fonte.

A vida é renovado palpitar,
Ela é feita de ganhos e de perdas,
No balanço, tente peneirar,
Guarde a essência, deixe atalhos e sendas.

Suba os degraus da estrada com firmeza,
Vá em frente, em seus ideais se escore,
Na vida, assim como na natureza,
Quanto mais forte o vento, mais forte a árvore.


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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA INCLUSÃO DO DEFICIENTE


Recentemente, publiquei um artigo que revelava o resultado de uma pesquisa internacional, encomendada pelas Olimpíadas Especiais, mostrando resistência à integração de deficientes mentais, um forte apego ao preconceito.
No Brasil, as análises têm sido mais estimuladoras. As conquistas, na área da educação especial, são lentas, mas continuadas. O Censo Escolar 2003, divulgado pelo Ministério da Educação, mostrou um aumento do número de crianças, com necessidades especiais, em classes regulares, nas redes oficiais de ensino. Mostrou um acréscimo de 30,6% da chamada educação inclusiva, em relação ao Censo 2002. De cada 100 estudantes com deficiências, 29 assistem às aulas em classes comuns. Em 1998, avaliou-se pela primeira vez essa inclusão e somente 15% dos alunos com necessidades especiais freqüentavam classes regulares.
O Brasil vem avançando em direção ao direito da escolaridade das crianças deficientes. Para um reforço no cumprimento das normas legais, é importante tomar conhecimento dos seguintes procedimentos:
– A  Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, no seu artigo 4.º, inciso III, definiu como dever do Estado a garantia de atendimento especializado gratuito aos educandos “com necessidades especiais, preferencialmente, na rede regular de ensino”. Assim, segundo a LDB, a inclusão deve ser preferencialmente na rede regular de ensino. Para tanto, o educador deve receber a capacitação necessária para esse atendimento, lembrando que a política de inclusão exige um professor treinado, capacitado.
– A Lei 7.853, de 1989, obrigou o Estado a apoiar os portadores de deficiência em sua integração social. Leis e decretos definiram normas gerais e critérios básicos para o atendimento às pessoas deficientes. Criou-se, no Ministério da Justiça, o Conselho Nacional de Direitos  da Pessoa Portadora de Deficiência.
– Através do Decreto 3.956, de 2001, foi ratificada a Convenção Interamericana para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiências.
– A Câmara de Ensino Básico do Conselho Nacional de Educação (Parecer 2/01) definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para educação especial e o Parecer 17/01 estendeu essas diretrizes para toda a Educação Básica.
Era preciso que se cumprisse, na prática, o que essas leis determinavam. O Censo Escolar 2003 demonstrou que a aceitação do deficiente, em classes de escolaridade formal do ensino básico, avança favoravelmente. As instituições de ensino vêm, gradativamente, conscientizando-se e propagando a inclusão social, a promoção de acessibilidade das pessoas com mobilidade reduzida. O professores devem trabalhá-las tendo em vista suas potencialidades, na superação de suas dificuldades.
Hoje, já é consenso na educação de que a heterogeneidade, no ambiente escolar, só traz benefícios tanto para os deficientes como para os demais alunos, desde que ela seja acompanhada, assistida, por profissionais competentes e por condições necessárias ao seu bom desenvolvimento.
Uma outra pesquisa mostra que muitas empresas começam a criar programas de inclusão social, projetos que atendam às necessidades dos deficientes. Um estudo inédito da Fundação Banco do Brasil, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, divulgou, em outubro p. passado, resultados e apontou que o repasse de um salário mínimo a portadores de deficiência pelo governo, por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC), cresceu 350% entre 1996 e 2001. O estudo mostrou, ainda, que o número de deficientes no País varia de acordo com escolaridade, idade e renda. O relatório Diversidade – Retratos da Deficiência no Brasil – divulgado em 21/10/2003, considerou o grau de severidade das deficiências e revelou que 14,5% da população brasileira apresentam algum tipo de limitação. Que a metade da população com mais de 60 anos sofre de algum tipo de deficiência.
A média de renda das pessoas com limitações físicas é de R$ 529,00, enquanto a de quem não as tem fica em torno de R$ 628,00. Há, também, diferenças na escolaridade: 27,61% dos deficientes não são alfabetizados e há certa concentração de deficientes no Nordeste, justamente por ser a região mais pobre. A Paraíba lidera no número de deficientes: 18,76% da população.
O estudo feito pelas Fundações Banco do Brasil e Getúlio Vargas inova por apontar possibilidades de inclusão e de aplicação de políticas sociais, vindo de encontro aos anseios dos portadores de deficiência e de suas famílias. Abordando-se reiteradamente a problemática do deficiente, desvenda-se o véu da ignorância, retira o deficiente de seu isolamento, expande-se a humanidade, apontando para uma sociedade mais justa, menos preconceituosa.
* Supervisora de ensino aposentada.      
(Publicado em outubro/2003)

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Natal Especial!

Poesias de Natal - Izabel Sadalla Grispino

Veja o que preparamos para você neste Natal!
Poesias Natalinas Inéditas!
Um grande abraço a todos!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A EDUCAÇÃO DO RICO VERSUS A EDUCAÇÃO DO POBRE

A realidade educacional no Brasil é tema inquietante, a ser refletido por toda a sociedade brasileira. Realidade de duas faces: a boa educação para os ricos e a má educação para os pobres. Há décadas, Demerval Saviani, em seus livros, já denunciava a equivocada escola assistencialista, merendeira. São freqüentes e periódicas as citações de especialistas da educação sobre o decadente ensino das classes menos favorecidas.
O objetivo de toda escola deve ser o de tornar o aluno competente. A escola deve lutar, buscar os meios para realizar este objetivo, para dar aos alunos as ferramentas mentais de ação, a fim de que possam enfrentar o mercado de trabalho, hoje tão exigente. Nunca o livro didático foi tão necessário ao professor. A escolha de um bom livro poderá amenizar a situação do ensino público. Um livro que traga ao professor  instruções detalhadas, que propicie experiências abertas, exercícios práticos, onde se possa praticar o construtivismo. A criança precisa freqüentar a boa escola, desde os primeiros anos de alfabetização, porque a aprendizagem é um processo em que uma etapa influi e explica a outra. A construção do conhecimento exige tempo, é preparação sistemática, gradual, encadeada, ligando os diferentes graus de ensino. Não é um simples “depósito bancário”, usando a expressão do educador Paulo Freire. Não adianta avançar etapas, se a aprendizagem não se concretizou. Hoje, temos bem clara a noção de que o importante não é a quantidade do que se ensina ao aluno, mas a qualidade do que ele aprende.
O desinteresse oficial por uma escola pública de qualidade se constitui em mecanismo de reprodução das desigualdades. Concursos de ingresso ao magistério público há, em que Secretarias de Estado observam com rigor a porcentagem de acertos e erros, aprovando os realmente capazes – como o recente concurso, realizado no Rio Grande do Sul, onde 70% dos candidatos foram reprovados, ou o concurso de ingresso na Bahia, em 97/98, que reprovou cerca de 90% dos candidatos. Secretarias há em que, desconsiderando a má formação, rebaixam o nível de conhecimento, aceitam uma porcentagem de acertos inferior ou bem inferior ao que seria a média das questões, facilitando o acesso  para abarcar o maior número de candidatos, mas não garantem, depois, a qualificação necessária ao padrão requerido pela época. Nessa acomodação política, o aluno pobre é o maior prejudicado, pois que tem aula com professores mal preparados, cuja efetividade não foi fruto de competência. O ensino fica, assim, nivelado por baixo.
Em recente publicação do texto: “Duas experiências de ensino estruturado”, Cláudio de Moura Castro, assessor da Divisão de Programas Sociais do Banco Interamericano do Desenvolvimento, faz uma análise sociológica, cultural do Brasil, das últimas décadas e compara-o aos Estados Unidos. Ambos, diz ele, encontram dificuldades em “criar escolas capazes de oferecer um ensino de boa qualidade aos mais pobres e mais vulneráveis... têm escolas péssimas servindo a essa população”. Ambos têm grande desigualdade na distribuição de renda. Sendo que nos Estados Unidos “a maioria esmagadora é imensamente rica, embora tenha muitos bolsões de pobreza, sobretudo, nos centros urbanos”. No Brasil, ao contrário, temos “uma minoria muito rica e uma grande camada de pobreza, incompatível com nossa renda per capita”. O contraste entre Brasil e Estados Unidos está na grande diferença entre população rica e pobre. Se aqui poucos têm boa escola, lá a grande maioria a tem.
Cada povo tem  a educação que o espelha e a nossa pouco nos engrandece.
O magistério é  vocação sublime,  abre caminhos de esperança, de sonhos, de realizações. O professor é pedra angular, a fundamental na construção do ser humano. Batalhar a educação é batalhar a vida no seu grau supremo da promoção humana e social. Ela é essência, ultrapassa a dimensão circundante do Homem, alcança a dimensão cósmica, quando então, entra em comunhão com a obra do Criador e se torna a grande responsável pelo desenvolvimento sustentável do planeta, pela continuidade de nossa mãe-Terra, em sua missão de gerar novas vidas. “O que acontece à terra, acontece aos filhos da terra” – Seattle, chefe das tribos indígenas Duwarnish – Canadá.
Vimos, em seqüência, espalhando sementinhas, que a seu tempo – esperamos – se revertam no nascimento de árvores frondosas. Outras sementes, juntando-se a estas, romper-se-ão em outras árvores, que, no seu conjunto, formarão o cerne, a frente robustecida de combate, com núcleos de influência, semeando permanentemente. Se cada um fizer a sua parte, o grande encontro virá e coroado da salvadora redenção. Completo essas considerações com meus versos “O sono da combalida educação”.

O SONO DA COMBALIDA EDUCAÇÃO

A educação dorme no leito do atraso,
Sono do descaso, da assistência falida,
Da oscilante ideologia do acaso,
Brotando uma atuação didática abolida.

Quantos caminhos perdidos em sua dormência!
Enquanto dorme, o mau ensino perdura,
A criança se embrenha na estrada da falência,
Os pais choram a perda da visão futura!

Educação é luz, terra em maternidade,
Gera o alimento para o corpo e para a alma,
Sacia o sonho, a desigualdade acalma.

Desperte “Consciência”, alce a vontade política,
Faça da sociedade uma análise crítica,
Distribua o saber em social eqüidade.!

* Supervisora de ensino aposentada.      
(Publicado em maio/2000)


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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O PAPEL DA FANTASIA NA CRIANÇA

A fantasia é indispensável para o bom desenvolvimento da criança. É fundamental, dizem os psicólogos, que os pais e os professores não atrapalhem a fantasia, expressa das mais diferentes maneiras. Quando o mundo imaginário é tolhido durante a infância, é comum a pessoa apresentar na fase adulta dificuldades para encarar a realidade. Muitos jovens ficam presos ao mundo fantasioso.
      É preciso, contudo, ficar atento à idade da criança. As que com 7 ou
8 anos ainda acreditam cegamente em histórias do mundo imaginário, possivelmente estão fugindo de alguns aspectos do mundo real.
      Famílias de formação católica cultivam hábitos como ganhar ovos de chocolate na Páscoa, vestir-se de Papai-Noel no Natal, outros, como trocar dentes-de-leite por moedas... Mais do que manter uma tradição ou proporcionar uma diversão, esses procedimentos atuam no desenvolvimento emocional da criança e podem refletir mais tarde na maneira como esse adulto vai lidar com a fantasia ou com a realidade. Por isso, não se deve encarar esses rituais como brincadeiras. É a partir da fantasia que a criança vai criar mecanismos para encarar a realidade. Por essa razão, os adultos devem responder às perguntas feitas por elas com cautela.
      No início, a criança acata a descrição feita do Papai-Noel ou do coelho sem nenhuma curiosidade. Com o tempo, algumas perguntas aparecem. O lado racional começa a aflorar. O próprio desenvolvimento da criança é que vai determinar quando isso ocorre. A criança acaba, por si, descobrindo que esses relatos não são verídicos, não há necessidade de os pais tentarem esclarecer. Os pais não devem forçar a criança a se tornar realista antes de seu momento.
      As tradições mudam com os modismos. As histórias também são atingidas pelos modismos. Coelhos, Papai-Noel e fadas, hoje, disputam com gnomos e duendes. Há, ainda, personagens que caíram no total esquecimento, como as cegonhas. Os pais já não dizem às crianças que encomendaram o bebê a essa ave. Outra fantasia muito comum são as varinhas de condão. Com elas, as crianças viajam e transformam as coisas.
     Há pais que conduzem as atividades fantasiosas com mais realismo, ficando num meio termo, procuram dar uma educação mais realista. Temem não ter dinheiro para satisfazer as fantasias e dizem às crianças que quem compra os presentes de Natal ou o chocolate de Páscoa são elas. Há, contudo, relatos de pesquisas que mostram que crianças de 4 anos e mesmo de 6 não querem aceitar essa verdade e afirmam aos pais que quem compra os presentes é  Papai-Noel e é o coelho que lhes traz o ovo de Páscoa. “Ele é branco e bem pequeno”, imagina a criança. A fantasia muitas vezes acaba sendo mais forte, dizem os psicoterapeutas.
      Outros pais, entretanto, incentivam a fantasia, como, por exemplo, esconder os ovos de Páscoa, para a criança achar, colocar meias na janela e enviar desenhos, cartinhas para o Papai-Noel, na época do Natal.
     Aprender a se conduzir na educação dos filhos é procedimento extremamente salutar. Os benefícios virão para ambos os lados. Recebi, de uma prezada educadora, normas de conduta dos pais, que bateram com a minha formação e que considerei de real proveito registrá-las, a fim de atingir uma comunidade maior. O título vinha com a expressão “Missão do lar” e não trazia o nome do autor.

MISSÃO DO LAR

      Antes de enumerar as considerações, acho oportuno lembrar os pais que eles dêem buscar, na escola,  esclarecimentos sobre o processo de desenvolvimento da criança, do adolescente, e pôr em prática o que aprenderam.
Despertar na consciência dos filhos a existência de Deus, a nossa filiação divina e a imortalidade da alma;
Ensinar a prática da verdade;
Formar na criança o hábito do trabalho, quanto mais cedo melhor, de acordo com a sua capacidade;
Despertar e ensinar às crianças a prática da caridade;
O hábito da prece todos os dias, agradecendo a bênção da vida:
Estar atendo às atividades escolares e doutrinárias dos filhos;
Ensinar aos filhos a prática do perdão, não deixando permanecer entre eles qualquer animosidade;
Disciplinar com amor, aplicando a “energia amorosa”.;
Ensinar a respeitar e a amar a natureza;
A respeitar todos os familiares e todas as pessoas em geral;
Prometer à criança somente o que se possa cumprir, mas com discernimento;
Observar e tomar conhecimento das companhias e dos divertimentos dos filhos;
Visitar os familiares, sustentando a amizade e a união da família, dando atenção aos idosos;
Examinar as queixas dos filhos, ponderando as decisões pela razão, com o critério da verdade;
15)       Tomar conhecimento das reclamações sobre os filhos, não defendendo precipitadamente,  antes  de averiguar  com certeza a verdade do fato;
16) Preocupar-se com os filhos rebeldes, difíceis ou excepcionais. Não fazer  comparações negativas com os irmãos ou companheiros. Em todos os momentos, utilizar o recurso da prece;
17) Oferecer  aos  filhos  somente  brinquedos  educativos que lembrem a prática do bem e do trabalho. Elimine os brinquedos de guerra para o ensino da paz;
18) Os pais devem educar-se para educar, exemplificar para ensinar.              
       Finalizo, lembrando Rui Barbosa, ao dizer: “Educa-se bem mais pelas ações que pelas palavras”.


(Capítulo do Livro Prática Pedagógica, escrito por Izabel Sadalla Grispino)


Baixe gratuitamente o livro Prática Pedagógica, de Izabel Sadalla Grispino, um grande auxiliar do estudante e professor! Clique Aqui!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Homenagem a Izabel!


Essa homenagem foi feita pela jornalista Luciana Mendonça, através do Jornal Tribuna Impressa.
Para visualizar melhor a imagem, clique nela! 
Um grande abraço!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A CONCESSÃO DE BOLSAS DE ESTUDO PARA O 3.º GRAU


Quanto às bolsas, surgem sérias restrições, pois em cada instituição regras e critérios variam. Vão desde a baixa renda até as melhores notas do processo seletivo. Não há um critério público de conceito de bolsas no País. Faltam normas para sua concessão. O MEC não tem poder de ingerência neste setor. Deixa que cada instituição particular defina critérios e quantidades. No caso das instituições filantrópicas, que têm uma isenção de impostos, há uma exigência genérica de garantir 20% de seu faturamento bruto a serviços gratuitos à comunidade. Porém, segundo o Conselho Nacional de Assistência Social (Cnas), órgão responsável pelos títulos de filantropia, só uma minoria das filantrópicas preenche os 20% com bolsas.
O ministro da Educação, Paulo Tarso, acredita poder, ainda este ano, oferecer 75 mil vagas estatizadas ao aluno carente. Embora diploma não garanta estabilidade nesta época de desemprego, ajuda, contudo, a elevar os vencimentos do profissional. “Quem tem formação inferior ao ensino médio tem uma renda média de R$  500,00, renda que não se altera muito ao longo da vida. Quem tem nível superior começa ganhando, em média, R$ 1.500,00 e pode chegar a R$ 3.000,00 e a R$ 4,500,00, se tiver uma pós-graduação”. Estes são dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2001.
Muitos estudantes não fazem o vestibular por não poder pagar a taxa de inscrição. Desse modo, a presença de alunos de baixa renda na Universidade de São Paulo (USP) diminui a cada ano. A Fuvest, entretanto, há anos vem concedendo isenção a estudantes carentes. Neste ano, foram 20 mil. São isenções que permitem ao aluno carente arriscar o vestibular.
É intenção do atual governo substituir gradativamente o Financiamento Estudantil (Fies) pelo programa Universidade para Todos, que concederá gratuitamente vagas de instituições privadas. A médio e a longo prazo pretendemos ir transformando as vagas que são do Fies – financiamento que terá seu valor restituído após a formatura – em vagas gratuitas – diz o ministro Paulo Tarso.
Promover oportunidades de estudo ao aluno carente é, inclusive, fator de combate à violência. O Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ), divulgado pela Unesco em 14 de março de 2004, contesta o mito de que a violência é produto da pobreza. Na opinião do pesquisador Walselfisz, ela é “resultado da desigualdade, está na origem da concentração de renda”. Recomenda aos políticos que “revisem discurso de que eliminar a pobreza automaticamente acabará com a violência”. Cita como exemplo os africanos, o alto índice de pobreza e baixo índice de violência.
Pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Nações Unidas, o Brasil é um dos cinco países com maior concentração de renda do mundo. A educação é fundamental para melhorar a distribuição de renda. Investir nessa direção é um encaminhamento para integrar ações de desenvolvimento humano. Em média, um jovem com 15 anos de estudo tem renda 5 vezes maior do que outro que só fez a 1.ª série. A pesquisa da Unesco constatou também que enquanto 46% dos analfabetos estão empregados, o percentual sobe para 81,3%, entre aqueles com curso superior.
O nível socioeconômico está diretamente ligado à escolaridade. Quanto mais pobre o Estado, maior é a defasagem escolar. Em Alagoas, onde a qualidade de vida do jovem é a mais baixa de todo o País, 15,4% dos jovens são analfabetos e apenas 16,2% estão matriculados em série adequada à idade. Já em Santa Catarina, que oferece a melhor qualidade de vida aos jovens, tem taxa de analfabetismo de 1% e a escolarização adequada atinge 36,3% dos alunos. O IDJ, considerando o resultado do Sistema Nacional de Educação Básica (Saeb), mostra diferença de qualidade do ensino no Brasil. “Jovens da 3.ª série do ensino médio do Tocantins, de Roraima e do Amazonas apresentam menos domínio do idioma do que os jovens do Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul ou Minas”.
O relatório da Unesco nos põe por dentro da chocante realidade nacional: “Cerca de metade da população entre 15 e 29 anos, ou pouco menos de 15 milhões de pessoas, está na categoria dos excluídos do sistema educacional. E pelo menos 40% da desigualdade salarial no Brasil pode ser explicada pela questão educacional. Educação é o melhor investimento para melhorar as condições sociais da população e eliminar as desigualdades. É um dos poucos bens que não se destrói com o consumo e não é transmissível”, conclui o relatório.
Esperamos que o ministro Paulo Tarso consiga, com suas vagas estatizadas ou com outros mecanismos de concessão de bolsas de estudos aos alunos carentes, dar uma guinada no problema da exclusão educacional. A educação tem um impacto maior que todos os outros indicadores no Índice de Desenvolvimento Humano dos Países (IDH). Educação e política econômica para o desenvolvimento são as alavancas da sociedade.
*Supervisora de ensino aposentada.      
(Publicado em maio/2004)

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