quinta-feira, 30 de setembro de 2010

EDUCAR É RESPONSABILIDADE DA ESCOLA?

A criança, o jovem, estão expostos às mais variadas influências de comportamento. A concorrência parece seqüestrar a educação. Temos a televisão, cinema, toda uma mídia a destilar inovação.  Os pais,  trabalhando fora de casa, o dia todo, com vida estressada, pouco ânimo têm para cumprir o seu papel de educador, delegando essa competência à escola.
Os pais, ao não assumirem a educação dos filhos, sobrecarregam a escola, que se torna mais uma vítima da falta de educação que vem caracterizando a infância e a juventude. Quando a escola cobra dos pais educação dos filhos, estes devolvem a responsabilidade para ela. O que vem acontecendo é que etiquetas, regras de convivência, de boas maneiras, estão começando a fazer parte do currículo escolar. A escola começa a ensinar coisas básicas,  esquecidas  das famílias, como não gritar, não falar alto, não falar de boca cheia, não jogar lixo na rua, organizar a bagunça em casa ou ter hábitos saudáveis de higiene.
Uma grande reclamação dos professores é de que os alunos não obedecem, não respeitam, não toleram dialogar, não sabem conversar, revelando comportamento agressivo, resultado da falta de educação. Mostram uma rebeldia que denota ausência de limites, ausência iniciada em casa e prorrogada pela escola..
Vive-se o resultado da falta de limites de uma geração. O adulto não dá o exemplo e a criança e o jovem repetem o que presenciam. Não adianta dizer que não é educado gritar, falar palavrões, se é assim que os adultos agem. O desajuste aumenta quando os valores passados pela escola diferem do que é veiculado pela mídia. Tomemos o exemplo, dentre os ensinamentos básicos, do respeito ao outro e especialmente do respeito aos mais velhos, preceitos esquecidos por conta da cultura do individualismo, do comportamento “do se dar bem”, tão marcados pela mídia e que vai contaminando a todos.
No processo da educação tradicional, a proposta era ensinar o respeito pelo respeito. A pedagogia moderna orienta para o pensar junto, o pensar de como se viver melhor, na compreensão de que se eu quero ser bem tratado, o outro também quer. Tem que haver igualdade de condições, reciprocidade.
As famílias precisam entender que a escola não substitui a educação dos pais, ela complementa, auxilia, reforça. Se a educação em casa falha, ela supre com relatividade, mas, isso lhe acarreta prejuízos instrucionais, prejuízo no conhecimento sistematizado. A escola sabe que não pode  ignorar os aspectos comportamentais, porque a falta de educação vai marcar a sociedade de um retrocesso, de uma “volta à selva”, mas sabe, também, que não substitui a família.
Além disso,  escola e pais perdem-se meio a tantas inovações, a tantos modismos e, às vezes, fica difícil saber o que é certo e o que é errado. Os valores a serem transmitidos devem ter a aquiescência de todos os envolvidos no processo da educação, ou seja, da escola e dos pais. Pais e professores devem falar a mesma linguagem, para não criar conflito, causar confusão. Devem discutir o assunto e tomar medidas comuns.
Há, contudo, aspectos da educação que excluem a escola, que são de absoluta competência dos pais, como, por exemplo, a punição física. A punição física é um aspecto importante, polêmico, onde não há unanimidade sobre o assunto, não só entre os pais, como entre os psicólogos, pediatras, psiquiatras ou psicoterapeutas. A punição grave, as surras, são taxativamente condenadas, caracterizadas como violência.
Quanto ao tapa,  o “tapinha no bumbum”,  o entendimento é contraditório. Há os que condenam e há os que acreditam que ele tem o seu lugar, o seu momento. Os que são contra à palmada ou ao castigo, como método de educação, afirmam que, embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que os rege é o mesmo: o uso da força, do poder. Os psicólogos dizem que o uso da força física é uma forma de conseguir, rapidamente, o que se deseja, mas provoca revolta e não conscientiza.
Quando se pergunta a uma criança o que ela sente após uma palmada, as respostas freqüentes são raiva, dor, tristeza. Baixa auto-estima, agressividade, dificuldade em se relacionar, em confiar um no outro, infelicidade e retardamento mental, estão entre as conseqüências da violência contra crianças. Várias pessoas entrevistadas consideraram o diálogo, o ensinar o certo e o errado, procedimentos bem mais válidos, mas uma grande maioria admitiu o tapinha eventual, quando a criança extrapola os limites.
Há, porém, unanimidade quanto aos malefícios da violência psicológica, tida, pelos psicólogos, como pior que a violência física. Dizer à criança: “Você não faz nada direito”, “não dá para confiar em você”, remoem e acabam por influenciá-la nessa direção.
Outra questão contraditória é sobre o castigo. Há quem acredita, como o psicólogo Haun Grüspun,  que as palmadas podem ser substituídas por castigos. Diz ele: “Privar a criança, que erra, de algo que ela gosta é o que mais falta em nossos dias. Se os pais não colocarem restrições diante do erro vão acabar criando, não-cidadãos, pessoas anti-sociais”. Os adeptos dessa linha acreditam que o castigo, que impõe limite, é fundamental e que se deve sempre estabelecer a ligação entre a natureza da malcriação e a penalidade.
Há, também, uma outra vertente que acredita que castigo não é menos ruim que palmada. Castigo é vingança, é autoritarismo. É uma barganha e não uma relação afetiva. Portanto, nem castigo, nem palmada.
Segundo especialistas, não há trabalhos científicos que confirmam a eficiência da palmada; em compensação, um estudo norte-americano mostra que crianças, que raramente ou nunca apanharam, têm melhor desempenho em alguns testes de inteligência do que as que apanharam com freqüência. A explicação também está em que os pais que não usam de violência se empenham mais em dialogar, estimulando a capacidade de aprender.
Sempre é bom lembrar aos pais e aos professores que educar é um trabalho gradual, diário e que não se impõe limites de uma hora para outra. Mais vale conscientizar que simplesmente castigar. “A cada vez, a criança vai entendendo as situações, principalmente, se tudo acontece de maneira amorosa, com o intuito de ensiná-la. A criança disciplinada é mais sadia psicologicamente que a indisciplinada ou a mimada, que, em geral,  ‘é mais frágil”,  adverte o psicólogo Thomas Berry Brazelton.

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Chama da Alma


Esta chama que me acompanha,
Que me envolve desde criança,
Que os meus sentimentos arrebanha,
Guia o meu leme, infla minha esperança,
Passa-me força e confiança,
Vive em mim em forte aliança.

Esta chama norteia os meus passos,
Define o caminho da estrada,
Responde pelos meus abraços,
Pelo amor que me espelha a jornada,
Pelos momentos da boa risada,
E, que me torna a vida amada.

Esta chama é meu grande alento,
Estrelas que clareiam o meu destino,
Por ela, os dissabores enfrento,
Não peregrino em desatino,
Com ela, dos males me previno,
Me põe frente ao solar do divino!


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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Caridade

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BRINCAR E APRENDER

Brincar é uma forma atraente de envolver a criança na aprendizagem. A brincadeira é a grande oportunidade que ela tem de se desenvolver bem. Não se deve encará-la como um ato fútil, sem importância.
Desde longa data, as brincadeiras, os jogos, são tidos como atividades lúdicas enriquecedoras do lazer. Porém, mais recentemente, elas adquiriram um novo conceito, um sentido mais aperfeiçoado para a educação infantil, revelando sua alta contribuição para o desenvolvimento cognitivo, físico e emocional da criança.
A brinquedoteca é um lugar privilegiado das creches e das pré-escolas, essencial para as atividades pedagógicas compatíveis com a idade das crianças. A brincadeira traz oportunidades inesgotáveis ao desenvolvimento infantil. A psicopedagogia descobriu uma gama enorme de possibilidades educacionais através dela. O adulto deve estimular as crianças a, simplesmente, envolver-se em brincadeiras, sejam elas livres ou dirigidas, facilitar seu engajamento em atividades lúdicas.
A brincadeira favorece o processo de ensino-aprendizagem, ajuda a desenvolver a auto-estima, a capacidade de se expressar, de criar, de socializar, de pensar. Aguça a curiosidade infantil, impulsiona à investigação do método científico. Através da brincadeira, a criança manifesta sentimentos, relaciona-se com o mundo exterior, apropria-se, aos poucos, de sua realidade, estabelecendo, com o meio, interações sociais. Nessas interações vai aprendendo a comportar-se socialmente, a perceber, na convivência, a existência de normas, valores, direitos e deveres a serem cumpridos.
A criança tem necessidade de repetições. De acordo com Jean Piaget,  o lazer orientado ajuda a criança a desenvolver hábitos, a compreender regras, a ampliar a capacidade de entender simbolismos, o significado do mundo. Por meio das atividades lúdicas a criança adquire hábitos que podem se perpetuar por toda a vida.
Os momentos de lazer são, também, de cumplicidade, de encontro de afinidades, de formação de amizades. O brincar entre si passa a noção do papel social que cada um exerce no grupo, das diferenças de atitudes, de reações de cada um. As brincadeiras vão formando o ser social, aquele que irá conviver com o outro, viver em sociedade, tendo que respeitar regras e limites. Já na pouca idade, dos dois ou três anos, brincando, a criança começa a perceber o outro, suas diferenças, permitindo-lhe construir sua identidade pessoal e social.
Através de jogos, de cartas, de dominó e outros, a criança aprende a lidar com as frustrações, a ceder, a negociar, a discutir, a solucionar problemas. A realidade vai se descortinando e ensinando a entender o mundo em que vive. Em determinados jogos, o faz-de-conta, por exemplo, ela assume diferentes papéis e diferentes representações: de mãe, de filha, de pai, de filho, de bailarino(a), pianista, notando um mundo de diferentes pessoas, com diferentes papéis. Percebe que uma mesma pessoa pode representar vários papéis sociais e vai desenvolver as várias habilidades correspondentes. É por meio dessas atividades que a criança aprende normas e valores. Muitos jogos estimulam a cooperação, como, por exemplo, a gangorra.
O importante é permitir às crianças manifestarem-se. Umas querem ler ou ouvir contos de fadas, outras, folhear o atlas, indagar sobre lugares diferentes, saber onde as pessoas moram e assim adquirir idéia de nação, de povos, cada um com seus costumes, seus trajes típicos, suas religiões, a língua que falam.
A escola deve estimular as crianças a partilharem com a classe suas experiências, a trazerem assuntos para a aula. A partir de fatos interessantes que elas observam ou vivenciam, o professor inclui, nas aulas, discussões sobre os temas. A classe se torna um espaço gerador de conhecimentos e funciona de acordo com as dúvidas trazidas pelas crianças. É uma forma de adquirir conhecimento partindo do interesse da criança e ministrado de forma lúdica.
A criança é orientada a visitar, fora do horário escolar, em férias, ou em fins-de-semana, espaços culturais, bibliotecas, parques infantis, circos, museus, espetáculos de teatro, de música, exposições de arte, pintura, flores, animais etc. e levar à escola suas apreciações e sugestões. A escola trabalha com o objetivo de aproximar o ambiente cultural ao universo infantil, de descobrir programas interessantes, prazerosos, para entreter as crianças; de criar atrações capazes de estimular e encantá-las intelectualmente. O lazer se torna uma atividade orientada, com objetivos determinados.
 A criança precisa sentir que pode contar com o adulto no encaminhamento da brincadeira. Deve ser estimulada a se distrair, a aprender, mas sem exagero, com limites. O que deve contar são o interesse e a disposição do momento; programar experiências que possibilitem o desenvolvimento de seu potencial, iniciativa e criatividade.
É fundamental respeitar o gosto da criança, dizem os psicólogos. Cada criança brinca de acordo com suas características pessoais.

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Canção ao Sol


Vento frio do meu deserto
Passe rápido, vá embora,
Não quero ouvir seu lamento,
Preciso andar sem o outrora

Vento morno da montanha
Fique pouco, não demore,
A tristeza me acompanha,
Quero um sol que me colore.

Vento quente do oceano
Que embala sonhos distantes,
Faça-me esquecer o engano,
Afaste meus ais constantes.

Brisa do amor, do alento,
Vem depressa, não demore,
Me consome o sofrimento,
Em seus braços me escore.


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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO INFANTIL E PAZ SOCIAL

O mundo desperta-se para a importância da educação infantil. No Brasil, a prioridade governamental dada  ao ensino fundamental, tornando-o universal, deixou a educação infantil em plano inferior. Hoje, percebe-se a necessidade de estender essa prioridade também à educação infantil.
Sob o prisma da aprendizagem, a educação infantil é suporte essencial. Os primeiros seis anos da vida são decisivos para desenvolver habilidades lógicas, musicais, emocionais, motoras e de convívio social. A educação infantil é determinante na aprendizagem. Sua ausência tem sido apontada como a grande responsável pela maioria das repetências, assinalada no ensino fundamental, acarretando ao governo um gasto bem maior do que se mantivesse educação infantil para todos.
A falta de atenção à primeira infância provoca malefícios que se refletem em toda a vida escolar do aluno, quando não em abandono da escola, pela dificuldade em acompanhar o ensino. Deixa o ser humano em defasagem para o resto da vida, causa prejuízo à sua vida social, profissional e, conseqüentemente, à vida do País.
Enquanto não se construir uma rede de assistência integral à infância, continuaremos a viver a desordem social. Após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que colocou a educação infantil como a primeira etapa da educação básica, começaram a surgir propostas para a reforma da educação, parecendo tomar vulto a que propõe a criação, em uma mesma comunidade, de unidades educacionais,  oferecendo vagas a todas as crianças,  desde o ano “zero” e mantendo um ensino de qualidade em todos os graus da educação básica: da creche ao ensino médio.
A educação infantil,  tendo deixado de ser prioridade, mostra o quanto a nossa educação falhou nos últimos anos. Ela era vista, apenas, como algo a mais e isso refletiu nas desigualdades educacionais e na pouca consideração que o professor desse grau de ensino passou a ter. Quanto mais baixa a série que lecionava, menos prestígio tinha.
O Censo do MEC revelou, no início da implantação da reforma,  a existência de uma educação infantil de baixa qualidade, com a maioria dos professores sem habilitação para lecionar. Preocupado com a  situação, o MEC lançou referenciais para a formação dos professores de  creche e pré-escola, lançou  os “Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Infantil”, na proposição de orientar o trabalho desse nível de ensino. Forneceu diretrizes para o credenciamento das escolas, com especificações a espaço, a recursos pedagógicos e outros.
A baixa qualidade da educação infantil confunde desenvolvimento infantil com sobrecargas de atividades pedagógicas e alfabetização precoce. Ela ainda é grandemente constituída por professores que não entendem a essência desse nível de ensino, que consiste em desenvolver habilidades, atitudes no tempo próprio da criança, no seu ritmo próprio, obedecendo as fases do seu desenvolvimento mental. Alunos há que requerem mais tempo para adquirir determinados conceitos e técnicas.
Os alunos aprendem mais e mais rapidamente quando o professor é um orientador sereno da aprendizagem, um comandante firme, afetivo.  Hoje, em plena era digital, a falta de conhecimento significa exclusão social e o Censo de 2001 nos mostrou que mais de dois milhões de crianças estão distantes dos livros, dos cadernos e os que estão em salas de aula recebem um ensino sem qualidade.
Estudos  pertinentes  citam  graves  conseqüências  da  ausência da


educação infantil. Referem-se a gastos humanos, sociais e políticos. Humanos, quando o aluno desprovido da educação infantil não alcança um ensino de nível. Perde a auto-estima, torna-se propenso à derrota. Sociais, quando despreparado, torna-se um freguês dos programas de renda mínima, cestas básicas, Febem. Político, quando o analfabetismo escolar leva ao analfabetismo político.
Descobriu-se  que  a educação infantil tem papel fundamental no desenvolvimento do comportamento social. Ela é vista não só como alicerce do desenvolvimento cognitivo, mas como alicerce da formação da personalidade, do caráter, da religiosidade. Formar a criança é prevenir o futuro. Dar-lhe valores morais, éticos, é preparar um futuro de paz, sem violência, formar uma sociedade melhor estruturada. Ademais, a criança, segundo recentes estudos, é o agente transformador da sociedade mais eficaz que se tem. O que ela aprende na escola leva à sua família, à sua comunidade, à sua cultura. A criança é um educador social de importância.
“Educa-se a criança para não chorar o adulto”. Essa verdade vem impregnando o entendimento educacional, tomando vulto na sociedade. Projetos comunitários voltados à recreação de crianças de favelas, candidatas à criminalidade, cresceram e são mostrados, pelos meios de comunicação, como exemplos a serem seguidos. Entidades, organizações, artistas, voluntários, abraçam a causa das crianças sem escolas, sem rumo, e vão aos locais de suas moradias ensinar-lhes dança, música, teatro, jogos esportivos, dar sentido às suas vidas.
Esses movimentos, em prol das crianças de rua, sensibilizam, deixam claro de que a maioria das crianças de favelas não tem futuro e se perde na promiscuidade. Essas crianças serão os bandidos de amanhã, bandidos a invadir as nossas casas, a matar, a roubar, e nós seremos os maiores atingidos. Então, se não formos tocados pelo triste espetáculo do abandono, que se descortina, que sejamos, ao menos, precavidos a nosso favor. Atender às crianças desamparadas é benefício que faremos a nós, às nossas famílias, à sociedade.
Um outro aspecto da função da escola é a passagem dos valores morais. A pedagogia nos ensina que justiça, solidariedade, tolerância, obediência às regras, respeito ao limite, são valores que se aprendem, como também se aprendem os antivalores: injustiça, crueldade, preconceito, egoísmo, desrespeito. A escola de educação infantil, especialmente, deve primar-se por formar moralmente as crianças. É nessa faixa de idade que se constrói o alicerce. Ultrapassada a fronteira da infância, em torno dos 12 ou 13 anos, fase da adolescência, a mudança de personalidade torna-se difícil.
Já começa haver a percepção da necessidade de se adequar políticas educacionais à realidade vivida pelas populações carentes. A percepção de que investir na primeira infância sai bem mais em conta que manter uma Febem. A percepção maior de que investir em oportunidades às crianças e aos jovens,  dando-lhes  vida  decente, garante o exercício da cidadania e leva a menos criminalidade. É como dizia Victor Hugo, já no século XIX: “Abre-se uma escola, fecha-se uma cadeia”
Chega-se, finalmente, à conclusão de que o mundo de paz depende de como a nação, a sociedade, vierem a tratar as suas crianças, de como investirão em planos de apoio às famílias carentes.



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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Caminhos de Luz


No turbilhão dos dias que se vão,
Na constelação da noite que se esvai,
Só vidas presas na compreensão,
Sob a proteção da mãe e do pai,
Têm consistência, na indolência não cai.

O nascer e o morrer das ilusões,
O riso, as lágrimas, as dores,
Os sonhos que vêm e que vão,
Nos ensinam como professores,
Mostram os persistentes espinhos, as desfolhadas flores.

O destino do homem tem muito de fatalidade,
Crescer e multiplicar é o ciclo comum,
Eternizando a espécie humana na natalidade,
Pai e mãe, se suportes de dois em um,
No coração dos filhos, jamais ficarão em jejum.



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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

DIFICULDADE DE APRENDER

Como encarar a dificuldade de aprender  do  aluno?   Restringe-se à sala de aula, à incompatibilidade com o professor ou com o curso?
As dificuldades do aluno podem estar fora da sala de aula. A prática pedagógica chama a atenção para dois fatores: falta de prontidão e imaturidade.
Na falta de prontidão, o rendimento é prejudicado pelo fato de o aluno não ter o conteúdo necessário para acompanhar as aulas. É problema de formação deficiente que ele traz dos anos anteriores. O estudante pode até ser esforçado, prestar atenção às aulas, ser disciplinado, fazer as atividades, mas não alcança a aprendizagem no nível desejado. A falta de prontidão manifesta-se, também, pela dificuldade de concentração. Os psicólogos passam a seguinte imagem: “O aluno parece uma parabólica, capta tudo que aparece, se liga em tudo ao mesmo tempo, mas não consegue organizar o raciocínio”.
Outro fator, a imaturidade, leva, freqüentemente, à repetência, pela dificuldade de aprender. A imaturidade manifesta-se em três situações. A primeira pelo que chamamos de complexo de onipotência, assim descrito pela psicologia: “O aluno acha que nada de ruim acontece a ele, se acha o bom, julga-se capaz de fazer tudo ao mesmo tempo e vai adiando a recuperação das perdas. Acha que na hora “h” estala o dedo e consegue tudo”.
A outra situação de imaturidade é a desmotivação, que pode ter o mesmo efeito da anteriormente citada. Em geral, vem de uma família que sempre faz as coisas por ele, mima-o demais, dá tudo de “mão beijada”. A criança acaba acomodando-se, habituando-se a transferir responsabilidades. Conclui que nas situações adversas a mãe vai à escola, conversa e resolve o problema.

Um terceiro fator é a agressividade. O aluno assim descrito, quando contrariado, torna-se agressivo. Age com rebeldia, fica alterado, não consegue enfrentar uma situação problemática.
A criança quando conduzida com equilíbrio e ponderação, quando colocada devidamente no nível de seu alcance educacional, vai criando percepção, reagindo com mais maturidade. Nos casos de baixo rendimento do aluno, a conversa com os pais é importante. É importante haver um bom entrosamento entre pais e mestres para que as causas sejam evidenciadas e tratadas conjuntamente. O que se percebe é que muitos pais reagem desfavoravelmente à explicação da escola.  Contestam e pedem reconsideração. Quando a reprovação é inevitável, a opção, geralmente, é por mudar o filho de escola.
Quanto a mudar de escola, há posições diferentes: uns consideram que mudar de escola não é o caminho adequado; outros, como o Colégio Bandeirantes, de São Paulo, acham a mudança um procedimento salutar. O aluno entrará em contato com outra filosofia de ensino e voltará, depois, se quiser. No Bandeirantes, o aluno que ficar em mais de três disciplinas não pode se matricular novamente.
No caso da alfabetização, métodos inadequados podem gerar dificuldades na aprendizagem. Escolas mais avançadas, que ensinam outros idiomas, além do materno, mostram que a impropriedade metodológica pode criar confusão na criança.
Parece haver consenso de que a alfabetização não deve ser bilíngüe.  Se  a fala em outro idioma deve ser estimulada desde o nascimento, o mesmo não ocorre com a escrita. Especialistas concordam que a alfabetização deve ser feita em uma língua primeiro e só mais tarde em outra.
A  Escola  Graduada  de  São Paulo (americana) segue esta orienta-
ção. As crianças fixam bem um idioma antes de investir no outro, evitando confundi-las. Nessa escola, a alfabetização ocorre em inglês e, só no 2.º ano, que corresponde ao 1.º no currículo brasileiro, o português é ensinado. O que se verifica é que as crianças aprendem os dois idiomas tranqüilamente.
Para a fala, quanto antes o aprendizado começar melhor. Evita crescer com sotaques. Deve-se incentivar a conversação em língua estrangeira, porém, na escrita, iniciar com só um idioma. Há escolas que, quando a criança está próxima de iniciar a educação formal, conversam com os pais para saber onde os filhos vão continuar os estudos. Se for numa escola em português, a pré-alfabetização será feita em português.
Há casos de crianças que só ouvem,  por  exemplo, espanhol em casa com os pais, falam português com amigos e inglês na escola. Os professores comprovam que essas crianças passam de uma língua para a outra naturalmente porque a aprendizagem começou antes que os sons da língua materna estivessem arraigados, o que ocorre com os adultos.

Na dificuldade de aprender não se pode generalizar; é preciso que se busquem as causas: desencontro profissional? Problemas de relacionamento? Falta de prontidão da criança? De concentração? Imaturidade? Em relação ao professor, falta de formação? Métodos inadequados de ensino? Outras?    

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Caminhada Existencial


Estou viva, vou remando,
Vibro nesse momento,
Um dia alegre, outro triste,
Mas, me renovo no sentimento.


Sinto o tempo passar,
Mal começa, termina o dia,
É próprio da existência,
Viver a etapa fugidia.


Nos meus sonhos sou eterna,
Porém, na vida sou passageira,
Na memória da minha gente,
Fica ou passa minha sementeira?

Hoje, na garupa dos meus versos,
Vôo nas asas do pensamento,
Amanhã, estarei muda,
Ponto final, laje fria, rosário bento.



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terça-feira, 21 de setembro de 2010

A CLÍNICA DA CONSCIÊNCIA SOCIAL


“A alma de toda cultura é a cultura da própria alma”, já diziam os filósofos gregos.
Em meio a tanta desorganização, a tanta frustração na correspondência de atitudes humanas, presencio, comovida, uma clínica médica – Serviço de Nefrologia de Ribeirão Preto – de atendimento alentador, em termos de humanização e de qualidade de serviços prestados. É dirigida por médicos de alto gabarito, de indiscutível competência, fator, por si só, indicador de tranqüilidade, de confiança no tratamento ministrado.
Nela, há uma preciosa interação médico-paciente. Uma atuação cuidadosa de todos, na busca de melhor qualidade de vida aos doentes. Este é colocado em primeiro plano. Tudo é programado a seu favor, em seu benefício. É clínica com status de escola, além dos cuidados médicos, ensina, orienta, apoia, respeita a dor, as queixas, compreende a revolta, o medo que a doença traz. Cuida do contexto geral do paciente. Junto à técnica, ao conhecimento, cultiva-se a sensibilidade, a cultura humanitária, a consciência social de ajuda a quem sofre, ricos ou pobres, às desigualdades reinantes na sociedade.
Esta clínica revive, em mim, comportamentos familiares, exercitados por dois irmãos médicos, José e Elias, um deles, José, já falecido, que, por seu idealismo, seu devotamento aos doentes, recebeu o cognome de apóstolo da medicina, dado por seus conterrâneos. Numa visão avantajada, Dr. José aplicava ao doente a visão holística, preocupado com sua integralidade, vendo-o no seu todo, nos seus aspectos, físico, mental, emocional. Tinha seu olhar voltado mais para o doente, como ser humano passível de fragilidade, apreensões, inseguranças, do que para a doença. Cada doente confere uma especificidade peculiar à doença, dizia ele, por isso, temos que tratar o doente para chegar à doença.
A minha aproximação com a clínica deu-se através de um irmão, Jorge, doente renal crônico, necessitado de hemodiálise. Foi uma aproximação gradual, que se acentuou com as reuniões mensais realizadas com os paciente do turno e com seus familiares, congregando clínica, paciente e família.
Assisto, há dois anos, às reuniões do turno em que meu irmão faz a hemodiálise. Todas elas presididas pela médica  Maria Terezinha Infantosi Vannucchi. Dra. Terezinha sempre se faz acompanhar de uma outra colega ou de uma enfermeira, ou de ambas, e quando há orientações burocráticas a passar – preenchimento ou renovação de fichas, encaminhamento de receitas, de exames clínicos etc. – também de um funcionário da secretaria.
O doente, nessa clínica, caminha confiante, bem informado, orientado passo a passo, com cordialidade, com afeto. Dra. Terezinha tem a faculdade de conduzir a reunião com descontração, brincadeiras, tiradas jocosas, fazendo um ambiente alegre, apesar – ou por causa – da seriedade que a doença imprime.
Nessas reuniões, ela faz um balanço geral dos acontecimentos ocorridos no turno durante aquele mês. Após os cumprimentos calorosos, geralmente inicia-as dizendo: “Neste mês, felizmente, não perdemos ninguém ou perdemos fulano de tal, que partiu, deixou este plano, com certeza está redimindo, no outro lado, tudo que passou por aqui”.
Trata a morte como fato natural, como fato que envolve a todos nós, seres mortais, doentes renais ou não. É como se dissesse: essa senhora, a dona morte, uma nossa antiga conhecida, vem a passos curtos ou a passos largos, mais cedo ou mais tarde, a todos alcançar e a todos igualar. Ela é de todos e a todos pertence; tratemos de nos cuidar, de viver o melhor que pudermos para atrasar sua vinda. Consegue desanuviar os semblantes, tirar o pavor da morte em termos pessoais. Faz-nos sentir que navegamos num mesmo barco, barco dos conflitos, das apreensões, das alegrias e tristezas, que a existência nos oferece. O que faz a diferença no barco é a característica do problema, “para uns, de um jeito, para outros, de outro jeito”.
Um grande respeito ao enfermo nota-se quando a doutora os nomeia – eles não são um número – fala a todos declinando os seus  nomes, que são muitos, o que comprova a aproximação, o contato direto e freqüente por parte dela. Conhece bem a todos, comenta caso a caso, deixando passar coragem, perspectiva de vida boa, embora bem limitada. Consegue melhorar o astral, a auto-estima, fazendo-os se sentirem capazes de sonhar, de ainda construir. Essas reuniões são verdadeiras terapias de apoio.
Forma-se, ali, uma grande família de doentes renais crônicos, confraternizando-se, solidarizando-se na esperança e na dor. Todos participam da vida de todos, conhecendo os problemas específicos de cada um.
A capacidade de entrega, de falar a linguagem do amor, de amenizar as dores, de sorrir, coloca, nessa insigne doutora, o distintivo das mãos estendidas, da fraternidade, da estrela que traz o brilho da esperança. Permita Deus que tal comportamento contamine, se prolifere, resgatando, na praxe médica, a consciência ética, religiosa, valores, hoje, tão esquecidos da sociedade como um todo.
Vivendo as emoções e o espírito das reuniões, fiz estes versos:
RECICLAR-SE PARA VIVER
Quando a dor vem e vai a esperança,
Lembre que o sol sempre aparece,
Que há entre Deus e o homem forte aliança,
Que o sol se põe e a noite acontece.
Depois do tombo vem o sorriso,
Todos passam pelo mesmo ciclo,
Dente de leite e dente do siso,
Ninguém foge da dor, do conflito.
Acreditar, caminhar com fé,
Saber esperar, ter paciência,
São as armas dessa existência.
A mente é dona da alta maré,
Como a avestruz, se enterra no escuro,
Como a fênix, voa para o futuro.

* Supervisora de ensino aposentada
(Publicado em abril/2001)




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